passarela de pedestres
em amsterdã
inovador e simbólico
A construção de um Endereço
Em uma região de terras planas e densamente habitada, onde a escassez de território é um problema iminente, a intervenção humana na construção do relevo de forma racional é constante.
Essa nova topografia, representada por uma ponte sobre o rio com seus tabuleiros e rampas, poderia ser apenas mais uma entre tantas em Amsterdã.
No entanto, essa proposta traz um princípio interessante que vai além de simplesmente transpor um obstáculo natural – o rio, unindo suas margens. Sua relevância transcende o caráter funcional e de infraestrutura da cidade. O programa da ponte de pedestres e ciclistas, além de cruzar o rio Amstel, inclui áreas de permanência e convivência, como café, oficinas de reparo para bicicletas e administração. Ao sugerir a possibilidade de um projeto urbano, essa estrutura ganha um novo sentido, agregando valor de lugar a essa travessia.
Uma nova referência na paisagem
A passarela inserida no eixo do Museu Hermitage Amsterdã, conectando os bairros às margens esquerda e direita do rio, torna-se uma nova referência na paisagem da cidade, com potencial para induzir transformações qualitativas no entorno.
Mantendo os princípios de mobilidade e acessibilidade, essa passagem suspensa, destinada a múltiplas atividades, torna o percurso agradável e libera o rio para a navegação.
Concebida como uma rua animada exclusiva para pedestres e ciclistas, a passarela possui um mezanino onde é possível prolongar a permanência, desfrutando-se do café e de um mirante com vista para a cidade e o rio.
Essa geometria pura inova ao introduzir aspectos relevantes da atualidade, como sustentabilidade e eficiência energética, tornando a ponte uma expressão simbólica da civilização contemporânea.
Razões Técnicas
A forma plástica foi cuidadosamente planejada em estrutura metálica, apoiada em pilares de concreto armado. Duas treliças paralelas, vencendo vãos de 49 metros entre pilares e balanços de quase 8 metros de cada lado, liberam lajes de até 10 metros de vão livre, com dobras e vazios das rampas.
Buscou-se atingir leveza, estabilidade e solidez através desse sistema estrutural, associado à limpeza do canteiro de obras, agilidade da construção e reduzido impacto ambiental. Ao optar por uma solução simples para o encaminhamento das cargas até as fundações, a forma relativamente simples do arranjo estrutural da treliça metálica contrastou com os diferentes níveis e meios níveis dos espaços de passagem, enriquecendo o percurso do caminhante com perspectivas e visuais.



corte transversal

ficha técnica
localização: Amsterdã, Holanda
tipo de construção: urbano
cliente/organização: AC-CA
início do projeto: 2012
status: concurso de projeto, não construído
equipe
autor: Márcia Terazaki
estrutura: Tunehiro Uono
Iconic Pedestrian Bridge – Architectural Competition