centro cultural e recreativo
do esporte clube pinheiros

O projeto de revitalização do CCR – Centro Cultural e Recreativo do Esporte Clube Pinheiros resultou de um concurso fechado de estudos preliminares de arquitetura, promovido pelo clube em 2017, para a revitalização do edifício, que deveria ter suas áreas renovadas e o auditório atual transformado num teatro completo, além de ser ampliado de 5.000 m² para 9.000 m² a fim de concentrar todas as instalações culturais do clube.

O Centro Cultural e Recreativo do Clube Pinheiros teve seu projeto orientado pelos seguintes princípios:

Princípios adotados no projeto para o Centro Cultural e Recreativo do ECP
Escadaria ao longo da fachada do Centro Cultural e Recreativo
Diagrama do sistema estrutural do Centro Cultural e Recreativo
Vista noturna a partir do campo de futebol do Centro Cultural e Recreatico do ECP

Implantação
O CCR encontra-se localizado junto a uma das portarias do clube e alinhado com a Rua Tucumã. No alinhamento oposto, ele encontra um largo espaço vazio configurado por um dos campos de futebol, o que torna sua posição não apenas oportunamente acessível, mas especialmente privilegiada em termos de vistas para o restante do clube.

Tendo em vista essa situação, o projeto proposto para sua revitalização foi concebido para que o edifício, atualmente bastante fechado, passe a ser muito mais aberto, com sua principal circulação vertical desenvolvida ao longo da fachada voltada para o campo.

Foto aérea do Esporte Clube Pinheiros
Foto aérea do prédio existente do Centro Cultural do ECP
Memorial de projeto do CCR
Diagrama do partido arquitetônico a partir do corte longitudinal do CCR
Diagrama da organização do CCR
Corte longitudinal do Centro Cultural e Recreativo do Esporte Clube Pinheiros

Quadro Atual e Estratégia
Construído na década de 1970, o edifício foi projetado pelo Escritório Ícaro de Castro Mello, e conta com uma ala bastante organizada e adequada – o lado do boliche, bolão e auditório – e uma ala que, depois de décadas de adaptações, carece agora de maior organização – bocha, cozinhas e restaurante.

Como principal estratégia, foi proposto concentrar a ampliação necessária na verticalização da segunda ala. Do edifício existente foi previsto a demolição das fachadas, as escadas internas e externas e a cobertura. O restante seria aproveitado, com a reformulação de toda subdivisão interna da ala da bocha, no térreo e no primeiro andar existente, sendo ainda adicionados um novo nível na cota +9m a partir do térreo e um mezanino na cota 12,5m.

O volume curvo da plateia, um dos elementos construtivos de destaque da arquitetura original, seria mantido como um dos principais elementos da revitalização do CCR, configurando uma clara presença da feição original do edifício, à qual as pessoas estão habituadas, estabelecendo assim um vínculo histórico e cultural.

Foyer do teatro do Centro Cultural e Recreativo

Acessos Externos
Em função da proximidade com a Rua Tucumã, propõe-se eliminar os atuais acessos de serviço das cozinhas, localizados na alameda interna desenvolvida no eixo da portaria, com intenso movimento de sócios, e concentrar e organizar esses e os demais acessos requeridos ao longo das calçadas dessa rua.

Para minimizar as interferências viárias e com o próprio clube, imaginou-se adequar e potencializar o drop off existente para que ele receba e acomode todo o movimento de veículos:

  • para a carga e descarga das cozinhas, foi proposto o alargamento do drop off e a criação de dois berços de estacionamento de VUCs (veículos urbanos de carga) que não obstruam e interfiram com a passagem dos demais veículos;

  • e o embarque e desembarque de sócios foi preservado em seus moldes atuais.

Para melhorar a entrada dos sócios, foi proposta a qualificação da frente voltada para a Rua Tucumã, para que quem deseje ingressar no edifício possa fazê-lo diretamente por esse lado, de modo confortável. Essa frente renovada servirá também de apoio e espera coberta para a portaria, na forma de uma varanda.

Para o acesso independente do eventual público externo do auditório/teatro, foi prevista uma nova entrada, no alinhamento do monta carga proposto e de uma das novas escadas principais, os quais, nos horários dos espetáculos, deverão ser usados para o transporte exclusivo desses usuários, de modo independente. Como o monta carga não funciona durante os espetáculos, ele deverá ser aproveitado também para o transporte de passageiros.

Vista noturna a partir da rua Tucumã do CCR

Interferência com os jardins
Como enunciado pelos princípios adotados, a revitalização e ampliação do CCR foram propostas através da sua verticalização. Desse modo, serão poucas as árvores que precisarão ser transplantadas ou removidas. Em compensação, o jardim existente entre o CCR e a pista de atletismo deverá ser melhorado pela relocação das atuais máquinas de ar condicionado para a nova cobertura prevista para o edifício.


Climatização Passiva

Para integração com os privilegiados arredores constituídos pelos amplos jardins do clube, além da circulação vertical avarandada, foi proposto fachadas muito abertas e envidraçadas.

Para protegê-las contra sol e chuva – climatização passiva – e regular a exposição dos interiores, adotou-se um segundo plano de fachada constituído por grandes quebra-sóis/chuvas que garantam a devida proteção, mas preservem, ao mesmo tempo, largas aberturas e boa visão do exterior.

Nas fachadas principais, além das grandes aberturas perenes configuradas pelas circulações avarandadas das salas modulares e pela varanda do restaurante, imaginou-se uma caixilharia em que grandes vãos possam ser deixados diuturnamente abertos no verão e fechados no inverno.

Diagrama de iluminação e ventilação natural do Centro Cultural e Recreativo do Esporte Clube Pinheiros
Restaurante do Centro Cultural e Recreativo do Esporte Clube Pinheiros
Restaurante do Centro Cultural e Recreativo do Esporte Clube Pinheiros

ficha técnica

localização: São Paulo, SP – Brasil
tipo de construção: institucional, cultural, retrofit
cliente/organização: Esporte Clube Pinheiros
área construída: 8.908 m²
status: concurso de projeto, não construído

1o prêmio
Concurso para Revitalização do Centro Cultural e Recreativo do Esporte Clube Pinheiros

ano do concurso: 2017

equipe do concurso: Terazaki Arquitetos Associados + MMBB + Estúdio Módulo

arquitetos autores: Guilherme Bravin, Hugo Mesquita, Márcia Terazaki, Marcus Damon, Marta Moreira, Milton Braga

colaboradores: Alessandra Figueiredo, Alex Patarro, Amanda Tamburus, Ana Carolina Hidalgo, Anna Luiza Gaspar, Daniel Korn, Gleuson Pinheiro, Júlia Marques, Maria João Figueiredo


Estudo preliminar e Projeto Básico

ano do projeto: 2017 – 2019

Márcia Terazaki (coordenação geral), Marta Moreira, Milton Braga

colaboradores: Gleuson Pinheiro, Victor Oliveira, Hugo Mesquita

estrutura e fundações: Inner Engenharia
instalações prediais: PHE Projetos
luminotécnica: Lux Projetos
climatização: Fundament-AR Consultoria
automação, segurança, supervisão predial e comunicações: Si2 Consultoria
conforto ambiental, acústica, eficiência energética: Joana Gonçalves, Rodrigo Cavalcante, Marcelo Mello
cenotecnia: GS Lanfranchi
cozinhas: Nucleora Arquitetura
esquadrias: Eder Cordon Mehes Consultoria
paisagismo: Bonsai Paisagismo
orçamento: Nakamura Galvão Orçamento e Planejamento
consultoria de legislação urbanística e edilícia: Fernando Martinez
consultoria de prevenção e combate a incêndio: Coronel Altino Gianesini
imagens: Estúdio Módulo

publicado nos sites Archdaily, Revista PROJETO, concursodeprojeto.org